Nos
dias 03, 04 e 05 de novembro de 2016, aconteceu a II JORNADA NACIONAL DE EDUCAÇÃO BÁSICA DO CAMPO E DA CIDADE NA
AMAZÔNIA, o evento que congregou participantes de diversos municípios, bem
como participantes de outros municípios e até outros estados, no decorrer do
evento foram apresentados diversos
trabalhos no intuito de promover uma educação qualitativa, que de fato digne-se
em atender as necessidades da população amazônica, sejam eles, povos das
cidades, ribeirinhos, das estradas, pescadores, indígenas, quilombolas...
Entre
os mais variados trabalhos apresentados, aos quais já aproveito para
parabenizar os pesquisadores pela qualidade e foco, chamou muito a minha
atenção, dentre outros, a mesa, realizada no dia (04/11/2016) que trouxe o
seguinte tema: “Ensino Médio e
Protagonismo Juvenil no Campo e na Cidade”, onde os Professores Dr. Sônia
Pereira (UFC), Mara Rita Duarte (UFPA) e Afonso Welliton Nascimento (UFPA). A
primeira a expor o resultado de sua pesquisa (Profª. Sônia Pereira) que
mencionava o grandioso número de jovens fora da escola, lançou a seguinte pergunta
aos expectadores: Onde estão esses jovens?
Eis que vem o segundo trabalho (Profª. Mara Rita) que revela o imenso
número de jovens assassinados e presos, e embora a ordem de apresentação dos
trabalhos não estivessem combinados anteriormente, o segundo, responde a
pergunta deixada pela primeira palestrante.
Podemos
dizer, sem hesitar, e com base em dados oficiais, que uma considerável parcela
da Juventude brasileira, está “predestinada” a fazer parte de uma estatística cruel,
segundo o anuário da Segurança Pública, 54% das pessoas que morem são jovens
entre 15 a 24 anos, mas parece que os “velhos de Brasília” conhecem essa
realidade e já até apresentaram uma perspectiva para solucionar a problemática:
Redução da Maioridade Penal, que seria ao meu ver, punir a vítima, e ao mesmo
tempo engrossaria os números da pesquisa feita pelas Professoras pesquisadoras,
já mencionadas nesse texto.
Ainda
mencionando o anuário da Segurança Pública do ano de 105, aponta que em média
86 jovens são assassinados diariamente no Brasil. Vamos imaginar que dois
ônibus com 43 jovens cada, sofresse um acidente e todos os passageiros viessem
a falecer, certamente, teriam reportagens na televisão, e matérias em jornais
impressos e virtuais, talvez uma investigação bastante aprofundada na busca de
punir os culpados pelo ocorrido, ao invés disso esse mesmo número de jovens vem
sendo exterminados silenciosamente.
Para
confirmar tudo o que está colocado, na noite do mesmo dia da palestra já citada
aqui, em Igarapé-Miri, um jovem miriense (21 anos), é brutalmente assassinado,
isso reforça nossa tese de que ser jovem neste país e tarefa difícil. Para
finalizar não poderia deixar de mencionar as mais de mil unidades de ensino que
estão sendo ocupadas por jovens que encontraram na ocupação uma forma de
protestar contra medidas tomadas pelo atual presidente do país, estes jovens
lutam pela sua escola, pelo seu instituto, pela sua universidade. Uma jovem que
foi dar seu recado na II Jornada Nacional de Educação, e que está entre os
ocupantes da Universidade Federal do Pará – Campus Abaetetuba, relatou “Tem
dias que eu vou pra Universidade de manhã e só volto a noite para casa, e é por
essa universidade que estou lutando”.
Como
percebe-se há um protagonismo na Juventude que precisa ser dado as condições
necessárias para o desenvolvimento desse papel, e como diria um canto da
Pastoral da Juventude “deixa-me ser jovem, não me impeça de lutar”.
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