quarta-feira, 9 de novembro de 2016

O PROTAGONISMO JUVENIL X VIOLÊNCIA

Nos dias 03, 04 e 05 de novembro de 2016, aconteceu a II JORNADA NACIONAL DE EDUCAÇÃO BÁSICA DO CAMPO E DA CIDADE NA AMAZÔNIA, o evento que congregou participantes de diversos municípios, bem como participantes de outros municípios e até outros estados, no decorrer do evento  foram apresentados diversos trabalhos no intuito de promover uma educação qualitativa, que de fato digne-se em atender as necessidades da população amazônica, sejam eles, povos das cidades, ribeirinhos, das estradas, pescadores, indígenas, quilombolas...
Entre os mais variados trabalhos apresentados, aos quais já aproveito para parabenizar os pesquisadores pela qualidade e foco, chamou muito a minha atenção, dentre outros, a mesa, realizada no dia (04/11/2016) que trouxe o seguinte tema: “Ensino Médio e Protagonismo Juvenil no Campo e na Cidade”, onde os Professores Dr. Sônia Pereira (UFC), Mara Rita Duarte (UFPA) e Afonso Welliton Nascimento (UFPA). A primeira a expor o resultado de sua pesquisa (Profª. Sônia Pereira) que mencionava o grandioso número de jovens fora da escola, lançou a seguinte pergunta aos expectadores: Onde estão esses jovens?  Eis que vem o segundo trabalho (Profª. Mara Rita) que revela o imenso número de jovens assassinados e presos, e embora a ordem de apresentação dos trabalhos não estivessem combinados anteriormente, o segundo, responde a pergunta deixada pela primeira palestrante.
Podemos dizer, sem hesitar, e com base em dados oficiais, que uma considerável parcela da Juventude brasileira, está “predestinada” a fazer parte de uma estatística cruel, segundo o anuário da Segurança Pública, 54% das pessoas que morem são jovens entre 15 a 24 anos, mas parece que os “velhos de Brasília” conhecem essa realidade e já até apresentaram uma perspectiva para solucionar a problemática: Redução da Maioridade Penal, que seria ao meu ver, punir a vítima, e ao mesmo tempo engrossaria os números da pesquisa feita pelas Professoras pesquisadoras, já mencionadas nesse texto.
Ainda mencionando o anuário da Segurança Pública do ano de 105, aponta que em média 86 jovens são assassinados diariamente no Brasil. Vamos imaginar que dois ônibus com 43 jovens cada, sofresse um acidente e todos os passageiros viessem a falecer, certamente, teriam reportagens na televisão, e matérias em jornais impressos e virtuais, talvez uma investigação bastante aprofundada na busca de punir os culpados pelo ocorrido, ao invés disso esse mesmo número de jovens vem sendo exterminados silenciosamente.
Para confirmar tudo o que está colocado, na noite do mesmo dia da palestra já citada aqui, em Igarapé-Miri, um jovem miriense (21 anos), é brutalmente assassinado, isso reforça nossa tese de que ser jovem neste país e tarefa difícil. Para finalizar não poderia deixar de mencionar as mais de mil unidades de ensino que estão sendo ocupadas por jovens que encontraram na ocupação uma forma de protestar contra medidas tomadas pelo atual presidente do país, estes jovens lutam pela sua escola, pelo seu instituto, pela sua universidade. Uma jovem que foi dar seu recado na II Jornada Nacional de Educação, e que está entre os ocupantes da Universidade Federal do Pará – Campus Abaetetuba, relatou “Tem dias que eu vou pra Universidade de manhã e só volto a noite para casa, e é por essa universidade que estou lutando”.

Como percebe-se há um protagonismo na Juventude que precisa ser dado as condições necessárias para o desenvolvimento desse papel, e como diria um canto da Pastoral da Juventude “deixa-me ser jovem, não me impeça de lutar”.

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